Uma leitura superficial do corpus aristotélico pode dar a impressão de que se trata de um pensamento dotado de uma sistematicidade sem falhas, ao passo que uma abordagem mais refinada mostra suas tensões, suas decepções, seus desvios. O mesmo se dá com o vocabulário que exprime esse pensamento falsamente rígido. Alguns termos foram criados pelo próprio Aristóteles, mas a maioria vem do grego comum, e Aristóteles empresta uma pertinência certa a seu emprego habitual. Cada palavra ou expressão é, portanto, objeto de um uso polifônico, que vale em vários níveis e funciona em vários registros. Vocabulário colorido e rigoroso, vicejante e econômico.