Ser aceito pelo mundo, aceitar a si próprio, se sentir incluído, pare­cer alguém de verdade. Quem não vive ou já viveu esse dilema? Um ET, talvez. Porque Joana, personagem que nasceu na cabeça de Tati Bernardi e escreveu este diário, vive em seu dia a dia o drama de se sentir diferente. Igualzinho às outras meninas da sua idade. Como na obra-prima Flicts, de Ziraldo, ou como em O Estrangeiro, de Camus, temos aqui a história de uma pessoa que tenta encontrar o seu lugar neste mundo. E, em sua trajetória, às vezes pensa que não é deste mundo. Ou que este mundo não tem lugar para ela. Que o mundo seja generoso com Joana e com todas as outras pes­soas que nasceram aqui na Terra. Tão generoso quanto Tati está sendo, ao dividir os segredos de Joana com a gente. Adriana Falcão