Subvertendo a tradicional fórmula que reserva a peritos jurídicos a "ex-plicação de direitos" aos cidadãos seus titulares, esta publicação da era do 2.0, dá a voz a um mosaico diversificado de portuguesas e portugueses do século XXI, postos perante o desafio incomum de comentarem à sua maneira, artigo a artigo, a riquíssima narrativa constitucional dos direitos fundamentais. Olhando o largo e bastante impressionante naipe decisões, experiências de vida, convicções e posturas era de esperar uma grande assimetria de opções, bem como diferenças de critérios e de estilos. O modo como foi feita e aceite a selecção em concreto dos temas atribuídos a cada "anotador(a)" veio, contudo, complexificar e aumentar mais ainda as probabilidades de resultados bem distintos dos oriundos das oficinas de especialistas. A fórmula escolhida resultou num prémio para quem lê. Na verdade, quem aceita "dizer o Direito" sabe que, ao desvendar normas jurídicas, não pode deixar de projectar-se no que pensa e no que é. Ora impressiona ver até que ponto tal sucedeu nesta experiência colectiva, originando a mais-valia deste livro.