A urgência em denunciar um presente que permanece no passado encontra resposta no livro de Thaís. Esses tempos sufocantes em que temos a sensação de que o mundo nunca girou estão descritos nos versos de Thaís, a lembrança constante de que não nos encaixamos, não atendemos ao que nos exigem, não somos ninguém, enquanto objetos mofados são mais vivos que nós. Na contradição do verso livre há o grito sufocado dos tempos em que a liberdade está extinta. Mas, mesmo sufocado, grito é grito. Não há poesia que não seja insurgência. Os versos da Thaís gravam em nós, que somos a matéria viva do presente do que não passou, não apenas tudo isso que não aceitamos, mas também o diálogo nada sufocado entre nós que não nos conformamos. Os versos de Thaís são fundamentais. Aline Alves