Entre desvarios e historietas, Ticiana Werneck nos apresenta Trilhas para andar descalça, um livro em que as razões de ser e de viver vão sendo configuradas como uma pequena tela a ser observada. Dividido em oito partes, o livro acaba por proporcionar uma visão de como funcionamos enquanto humanos que somos, seja no modo como nos relacionamos, seja na maneira em que nos entregamos às pequenices do dia a dia, que de tão simples não estão acostumadas a uma audiência atenta. Os contos de Ticiana possuem uma carga imaginativa forte, como se vê em Um mortal entre imortais, em que um corpo surge estendido no chão nos corredores de uma biblioteca, em que se coisifica o corpo a um volume de Machado de Assis ou Manuel Bandeira. Ao mesmo tempo, há contos como Sala de espera, em que a solidão humana se manifesta em três solidões distintas e que se entregarão a uma armadilha, uma sala de espera. A mensagem que se passa pode ser a de que não há nada a se fazer, mas, ao contrário [...]