A Serpente constitui uma reação às imensas ruínas humanas solidificadas pela Segunda Guerra Mundial, numa visualização clarividente da angústia social. O terreno onde decorre o essencial de toda a ação é o de uma caserna militar, onde a disciplina se apresenta como o campo ideal do isolamento individual, pedagogia da submissão ao absurdo. A capacidade efabulatória do autor é sem dúvida extraordinária, traduzindo-se por uma riqueza imagética de grande precisão. O medo, fio condutor das sete novelas desta coletânea, é aqui cruelmente exposto, adotando a narração vários estilos de temática sombria: uma exposição de variadas expressões do medo, sempre a partir da sua raiz social ou gregária.