Se hoje todos somos missivistas, se somos hoje contumazes escritores de mensagens por email e Whatsapp em geral breves, mas nem sempre não será ocioso lembrar que os antigos romanos sentiam a mesma vontade de comunicar-se, que todo dia queriam contar e saber as novidades, que de contínuo desejavam também comentar e fazer a resenha do que havia de novo na vida pública da Cidade, não menos do que na vida privada de amigos e parentes. E eles o faziam, alguns diariamente, por meio de cartas, ou melhor dizendo, de epístolas, que são cartas escritas para serem publicadas. Os dez livros de epístolas de Plínio, o Jovem (62 d.C. 114 d.C.), que ao lado de Cícero (106 43 a.C.) e Sêneca, o Filósofo (4 a.C. 65 d.C.) foi um dos três grandes epistológrafos da antiga Roma são como que a crônica diária da vida romana por volta de 100 d.C. no esplendoroso tempo do imperador Trajano. Nada escapa ao olhar testemunhal de Plínio, o Jovem, nada é estranho ou alheio a suas epístolas: a erupção do (...)