O mundo corporativo "coisifica" as pessoas. Num cenário de incertezas, em mercados cada vez mais competitivos, executivos tendem à impessoalidade e à superficialidade nas relações construídas em ambientes de trabalho. Tendem a manter uma distância asséptica do colega ou subalternos, até porque amanhã eles podem estar fora do time. E pior: o "inimigo" de hoje talvez tenha que assinar a carta de demissão amanhã. O que torna Celso Machado uma das pessoas mais positivamente surpreendentes no mundo corporativo é justamente sua capacidade de fugir do estereótipo do executivo padrão, sem prejuízo de sua capacidade como gestor. Ele consegue ser gente em período integral, permitindo-se sentir emoções e emocionar seu interlocutor. Sendo duro quando preciso, mas sem perder a ternura jamais, como talvez dissesse aquele polêmico guerrilheiro. Tendo amigos em tempo integral, sem muros separando "os amigos do trabalho" do outros. Comecei falando do Celso executivo porque, quando nos lembramos de seu sucesso no mundo corporativo, achamos ainda mais fascinantes suas crônicas, que transbordam humanidade, compaixão e aquele tipo de sabedoria que brota da intuição, privilégio de quem nasce com o talento de amar a vida e o mundo.