TRÊS DÉCADAS APÓS SUA MORTE, uma geração diferente de intelectuais, pesquisadores e ativistas, em distintos contextos, realiza suas próprias investigações. Faz isso em um mundo que Foucault dificilmente vislumbrou - das novas tecnologias da informação e comunicação, do novo papel geopolítico de economias emergentes como o Brasil, da revisão de políticas de segurança e biossegurança, da ascensão das biotecnologias e da bioeconomia global. O que essas investigações podem aproveitar de Foucault? Um não discipulado, com certeza. Não aplicação , como se suas obras formassem um compêndio oficial de teorias e métodos. Não a descoberta repetitiva da mão escondida do neoliberalismo por detrás de toda injustiça. Entretanto, talvez, um éthos de investigação, uma preocupação de entender, antes de qualquer juízo normativo, as forças e práticas que nos constituem, em suas especificidades, com seus próprios complementos de custos e benefícios. NIKOLAS ROSE KINGS COLLEGE OF LONDON