Neste belo romance, o leitor entra na casa pela vigília de uma moribunda que se recusa a morrer, numa das lembranças de um narrador criado e hipnotizado por uma respeitada família matriarcal. Depois, nunca mais se escapa dela, ficamos ali pelos cômodos, na calmaria e calor de palavras e frases que aconchegam a leitura. Nos quartos contíguos da casa da avó, o leitor ouve a chuva, tomando caldo de mocotó, adentrando a casa que guarda uma caixa de marionetes, a casa mesma tem seus personagens acionados por cordéis, fatos e distorções de um narrador que não tem pressa de contar e lembrar a invenção que é a família, a consanguinidade envenenando e fechando o círculo bem apertado. (...) Santana Filho faz do leitor o mesmo devoto clandestino de uma casa que, depois de habitada, será nossa prisão.