A obra reúne estudos sobre textos clássicos (...) lidos, debatidos e redigidos pelos autores, sob o enfoque educativo, numa visão interdisciplinar que considera, ao mesmo tempo, as dimensões histórica, sociológica, psicológica, política e filosófica. (...) O tema gira em torno do eixo utopias e distopias na modernidade e vai desde a crítica social e as crenças no futuro, as relações entre ficção e realidade, ciência, tecnologia e governabilidade, até as relações entre educação e trabalho, indivíduo e coletivo, necessidade e liberdade. Trata-se de temática de múltiplos interesses culturais e profissionais. No livro a utopia é definida como "um topos da atividade humana" voltada para o futuro, como uma "consciência antecipadora". Ela tem tudo a ver com o conceito de finitude, com o tempo e a temporalidade, com a manutenção da espécie humana. Por isso a utopia, e seus contrários, assume uma dimensão existencial, metafísica, religiosa, articulada com a educação e o trabalho, as necessidades e as contingências sociais. A obra coletiva desafia a compreensão da educação para além das transformações e condições de existência dos humanos. (...) Nesse âmbito, a utopia é uma espécie de resposta aos desafios e de esperança diante da distopia. Assim, a educação situa-se no contexto da utopia e da distopia, que funcionam como mediações dialéticas que sustentam a coexistência do ser humano. É algo radical, isto é, que está nas raízes e que a superficialidade cotidiana tende a ignorar ou a pôr de lado.