Diane Valdez, em Os Três Porquinhos Caititus e o Lobo- Guará, atualiza e parodia o conto europeu numa adaptação dos fatos e das circunstâncias mais próximas do leitor e a paródia, numa inversão de fatos e de papéis, provoca o riso. Essa atualização, que reforma o conto, traz, como nota mais original, a regionalização. Enfatiza-se o regime das estações da seca e da chuva, próprias do Centro-Oeste brasileiro. No que se refere ao espaço, em lugar da escura e fechada floresta europeia, o que se vê é a vegetação rala do cerrado; em lugar dos porquinhos, os caititus os porcos- do-mato; substituindo o Lobo, arquétipo do Mal, o nosso Lobo-Guará. Preocupações de ordem social incorporam-se ao texto, num tom humorístico, como se vê na passagem em que se discute o problema da casa própria. O ataque do lobo às casas dos três porquinhos segue a mesma ordem do conto original, mas com meios e resultados diferentes. Com inteligência e humor, a autora conseguiu criar um texto surpreendente e cativante, partindo de um conto tão conhecido. Era uma vez, não, no caso desse conto, Era outra vez...