A poesia de Cecilia Pavon é atravessada por aquilo que o mundo literário geralmente expulsa: a vida cotidiana em seus aspectos mais banais. A banalidade do ritmo diário aqui, no entanto, é um ritmo bastante mágico - a busca pela luminosidade adequada e a disposição em acolher os pequenos absurdos que podem oferecer uma cozinha ou a quadra do bairro. Pavón se locomove pela cidade da mesma maneira que traslada pela poesia, patinando entre o esquisito e a ternura, pedalando para encontrar amigos, distraindo-se com as cores de uma loja de doces, ao mesmo tempo que reflete sobre o próprio ato de escrever e sua banalidade também mágica.