Graciliano na Terra de Camões investiga um momento único na história do intercâmbio artístico entre Portugal e Brasil, em que, ao contrário dos séculos anteriores, a literatura brasileira, sobretudo o romance de 1930, exerceu ascendência sobre os escritores lusos. No caso específico do paradigmático Graciliano Ramos, se, de modo mais recorrente, investiga-se a influência que Eça de Queiroz teve sobre a perspectiva crítica e a produção romanesca do escritor alagoano, privilegia-se, aqui, o caminho oposto: as ressonâncias do autor de Vidas Secas e, em chave mais ampla, do livro brasileiro na terra de Camões, entre as décadas de 1930, 1940 e 1950. Para tanto, Thiago Mio Salla recupera e analisa um leque amplo e desconhecido de documentos artigos de jornais e revistas, cartas, dedicatórias em livros, manuscritos, relatórios de censura, contratos entre editoras etc.[...]