A autora trata o pensamento pré-socrático em toda a sua variedade, porque muitas são as direções que percorreu e que foram sacrificadas pela filosofia sucessiva, especialmente após a delimitação aristotélica de um preciso território de competência da razão filosófica. Com grande domínio da matéria, a autora consegue escrever uma história não excessivamente marcada pelo olhar retrospectivo, mas “perspectivo”, isto é, uma história reconstruída com a intenção de, na medida do possível, colocar-se na pele de seus protagonistas, que sabiam de onde partiam e também conheciam as novas vias que queriam abrir, sem poderem prever os desvios, os desafios e os obstáculos que outros haveriam de pôr ao longo do caminho.