Quasi una fantasia, segundo volume dos três Escritos musicais de Adorno, estrutura-se em três grandes movimentos, nos quais se entrelaçam a imaginação expressiva do autor e a precisão conceitual. Desde o registro mais íntimo, lembrando o tom confessional de um diário, até as análises técnicas mais complexas sobre a composição serial, o filósofo busca integrar à objetividade do conceito um componente fortemente subjetivo; ou seja, empenha-se em dar estatuto filosófico àquilo que estaria reservado à fantasia, à intimidade (a princípio, irrelevante) do autor. Essa flexibilidade intelectual e poética oferece uma oportunidade privilegiada para compreendermos não apenas certos impasses da música contemporânea, mas, sobretudo, o alcance da escrita filosófica de Adorno.Quasi una fantasia, segundo volume dos três “Escritos musicais” de Adorno, estrutura-se em três grandes “movimentos”, nos quais se entrelaçam a imaginação expressiva do autor e a precisão conceitual. Desde o registro mais íntimo, lembrando o tom confessional de um diário, até as análises técnicas mais complexas sobre a composição serial, o filósofo busca integrar à objetividade do conceito um componente fortemente subjetivo; ou seja, empenha-se em dar estatuto filosófico àquilo que estaria reservado à fantasia, à intimidade (a princípio, irrelevante) do autor. Essa flexibilidade intelectual e poética oferece uma oportunidade privilegiada para compreendermos não apenas certos impasses da música contemporânea, mas, sobretudo, o alcance da escrita filosófica de Adorno.