Como profissional da área de Ciências Sociais, acostumei-me às análises que têm como referencial as relações sociais e as idéias, e não a perspectiva do corpo. De repente, percebi o homem fragmentado de uma outra forma... Corpos separados na simultaneidade espaço-temporal, corpos separados entre si, preparados para o trabalho, distantes do prazer... Mas, a reconstrução política, econômica e social apresentada pela autora foi dando ao corpo-individual-histórico uma história. Ao buscar a gênese da Educação Física nos ideais burgueses do século XVIII, contextualizou as bases científicas que nortearam a inclusão desta, como disciplina, nos colégios brasileiros a partir do século XIX. Ao longo do trabalho percebe-se a utilização criteriosa de fontes documentais pouco exploradas na área, o que sugere a abertura de novas vertentes de análise ao profissional de Educação Física. O livro ainda nos dá elementos para percebermos que o que devemos descartar em nossa perspectiva metodológica, seja na Educação Física ou fora dela, é o mecanismo do pensamento positivista e não a observação, a experimentação e a comparação que podem ser instrumentos fundamentais de crítica se utilizados de uma forma dinâmica e processual.