"Liberdade!", disse Rolando. "Este é o sabor de um chiclete". "Isso é o que você pensa", Luis falou. "Cara, eu tinha esquecido o quanto é gostoso um simples chiclete", disse Tito. "Imagine como é para uma criança americana, que pode comprar chicletes quando bem entender...". Conforme mastigávamos aqueles chicletes, minha mente vagava. Chicletes americanos. Presuntos gigantescos. Não precisar encarar uma fila. Boa vizinhança. Papai com um bom trabalho. Eu não precisaria me defender de agressores todo santo dia, apenas por ser um dissidente. Eu me perguntava se as crianças americanas brigavam entre si. Provavelmente não... Em um país tão rico, porque alguém brigaria por coisas banais? Os americanos provavelmente são as pessoas mais felizes do mundo, e eu os imaginava levando suas vidas sorrindo o tempo todo. "Como um simples chiclete pode ter sabor de liberdade?" perguntou Tito. "Se tiver, tem o gosto que estou sentindo agora" declarou Luis.