Reúne ensaios de importantes pesquisadores brasileiros em torno de uma agenda comum de reflexão sobre temáticas centrais da cena social, política, cultural e tecnológica contemporânea. O mundo em rede ou, em outras palavras, o cibermundo - há muito um sinônimo silencioso de sociedade pós-industrial avançada, capitalismo informacional, sociedade de controle, civilização mediática, e assim por diante - é, em síntese e no todo, uma multicultura - a cibercultura -, complexa per se, configuração material, simbólica e imaginária da vida humana em sua fase histórica atual, tão aberta à teoria e à crítica quanto insuficientemente compreendida. Da releitura politizada do passado à crítica do imaginário tecnológico do futuro - do humano ao pós-humano -, a obra apreende, pois, contradições fundamentais da civilização atual, sem atualizar classificações desgastadas ou referendar polos estanques. Flagelos e horizontes não espelham, com sentidos novos, a velha cantilena da divisão entre apocalípticos e integrados, pessimismo e otimismo, disforia e euforia, niilismo e voluntarismo, luddismo e ciberufanismo, e similares. Fundamentalmente, a obra se situa para além de todo e qualquer maniqueísmo, seja ele qual for. Com a lucidez que o debate consistente exige, ela oferece subsídios teóricos e conceituais para uma visão abrangente, renovada e questionadora sobre a era em curso, contribuindo para desvelar mazelas e potências do chão civilizatório em que pisamos - o nosso solo, entre tanto sangue espalhado e tantos horizontes disponíveis.