Nóis otários[s] é uma obra/dramaturgia de narrativa anárquica que discute a corrupção do Brasil por meio de hipérboles e situações cômicas insólitas. A obra narra a vida de Luiz Carlos, o maior otário da história, que se vê envolvido num grande imbróglio, que envolve o importante senador Laudemar do Espírito Santo. Por causa das confusões feitas entre o assessor do senador, um agente federal e o presidente de uma ONG, Luiz Carlos acaba se tornando responsável pela instalação de uma CPI. Para o autor e diretor, Hugo Possolo "o texto não se limita a ideia de denúncia, mesmo porque todas as situações estão presentes nos jornais diariamente, mas aborda o quanto a política brasileira traz de elementos tão absurdos que fariam qualquer Beckett ou Kafka ficarem envergonhados!...". Nóis otários[s] não é exatamente uma comédia. Possolo a define como uma subcomédia feita mais para o riso de indignação do que para a gargalhada de aceitação. Também a define como uma obra de autoengano, como uma resposta ácida ao individualismo presente nas obras de autoajuda. Texto e encenação são arquitetados para gerar uma certa confusão da mente dos espectadores, no sentido de revelar o quanto nós, brasileiros, nos permitimos ser enganados, fingindo a felicidade de viver em um país emergente. Nóis otários[s] é uma obra/dramaturgia de narrativa anárquica que discute a corrupção do Brasil por meio de hipérboles.