Marcelo Passamai poetou a mulher versejando o essencial. Seus inspirados versos revelam um entusiasmo criador com o fêmeo chamado à consciência. Constrói no limite entre a poesia e a não-poesia. Lúcido, quando expõe a mulher pulsando como o cosmo, e confuso, ao colocar-se como uma arritmia na harmonia universal. Às vezes nos desperta o sentimento do belo, o que há de mais elevado ou comovente na mulher, revelando o seu encanto, a sua graça e o seu poder de sedução, um estímulo à liberdade. É libertino. Outras, mostra-se escravo do amor, vive as vicissitudes carnais, prisioneiro da teia feminina: cativo, submisso, dependente, inteiramente dominado desce às profundezas da aridez do desamor.É resignado. Porém, sempre, é amante e dedicado, e responde a um desafio quando uma luz aponta lá adiante, esperança onde o véu se descortina e a existência exubera.