Ao ler os 12 ensaios que compõem Política cultural: entre discursos e práticas, chamou-me a atenção a racionalidade e a clareza da visão de Álvaro Santi sobre a gestão cultural. Isso se deve, sem dúvida, às suas quase três décadas de trabalho na concepção e aperfeiçoamento (à medida que tal objetivo é possível) das instituições que fomentam e financiam a cultura, bem como dos seus beneficiários, sejam eles gestores, criadores ou públicos. O que é notável no tratamento que Santi dá a esses temas variados é a sua contextualização nacional e internacional bem informada, a perspicácia teórica das suas ideias sobre o que faz com que as instituições e os programas sejam eficazes e a sua insistência no que pode ser aprendido para melhorá-los, por meio da coleta de dados e da formulação de indicadores bem afinados, com base em evidências. Santi é impecável na sua abordagem crítica da gestão pública da cultura. [...]