Sempre me surpreendi com a possibilidade que as diferentes expressões da arte possuem para iluminar a psicanálise em seus conceitos teóricos e patologias clínicas. Quando recorremos a elas, seguimos o sábio conselho de Freud em A Gradiva, ao nos dizer: "O escritores criativos são aliados muito valiosos, cujo testemunho deve ser levado em alta conta, pois costumam conhecer toda uma vasta gama de coisas entre o céu e a terra com as quais a nossa filosofia ainda não nos deixou sonhar. Eles estão bem adiante de nós, gente comum, no conhecimento da mente, já que se nutrem em fontes que ainda não tornamos acessíveis à ciência". Para a discussão de material clínico, a história narrada por um escritor e seus personagens tem a óbvia vantagem de ser compartilhada igualmente por todos os integrantes de um grupo, diferentemente dos casos oferecidos por um colega em sua experiência restrita, além de proteger o sigilo de nossos pacientes. O cinema, por sua vez, com os recursos técnicos os quais dispõe, pode abolir as categorias de tempo e espaço, à semelhança da linguagem do sonho, do processo primário, e assim transmitir sensações e afetos em uma comunicação direta com o inconsciente do espectador. É, pois, um terreno fértil para nossos estudos. Estudos esses que, para mim, começaram com a curiosidade em entender o setting analítico e a natureza do ofício do analista, levando a uma indagação que abre a sequência dos textos do livro: O psicanalista, um artista em seu trabalho? Entrego a pergunta ao leitor.Sempre me surpreendi com a possibilidade que as diferentes expressões da arte possuem para iluminar a psicanálise em seus conceitos teóricos e patologias clínicas. Quando recorremos a elas, seguimos o sábio conselho de Freud em A Gradiva, aos nos dizer: “Os escritores criativos são aliados muito valiosos, cujo testemunho deve ser levado em alta conta, pois costumam conhecer toda uma vasta gama de coisa entre o céu e aterra com as quais nossa filosofia ainda não nos deixou sonhar. Eles estão bem adiante de nós, gente comum, no conhecimento da mente, já que se nutrem em fontes que ainda não tornamos acessíveis à ciência”. Para a discussão do material clínico, a história narrada por um escritor e seus personagens tem óbvia vantagem de ser compartilhada igualmente por todos os integrantes de um grupo, diferentemente dos casos oferecidos por um colega em sua experiência restrita, além de proteger o sigilo de nossos pacientes.