Um dos grandes escritores do século XX, o inglês Henry Graham Greene se consagrou na literatura mundial por um estilo único que combinava elementos do thriller com a abordagem de questões psicológicas e morais. Com livros de grande impacto na época em que foram lançados, como Expresso do Oriente (1932), seu primeiro romance, e O Poder e a Glória (1940), Greene transformou em arte o que via e intuia do dinamismo do seu tempo. Jornalista de importantes publicações londrinas, como o diário The Times e a revista The Spectator, o autor converteu-se ao catolicismo aos 24 anos e trabalhou no serviço de inteligência inglês durante a Segunda Guerra Mundial. Suas histórias quase sempre trazem o contexto dos países em que morou depois da guerra, entre eles Haiti, Cuba, Vietnã e Serra Leoa. Algumas das obras literárias de Greene inspiraram cineastas atraídos pelos enredos intrigantes de suas narrativas. É o caso de O Americano Tranquilo (1956), lançamento da Biblioteca Azul, que publica, até 2017, nova edição de alguns títulos do autor inglês. Duas vezes adaptado para o cinema, o livro, de 1955, é ambientado na Indochina às voltas com a guerra entre os anos 1946 e 1954. Narrador da história, o cético repórter britânico Thomas Fowler, correspondente de guerra em Saigon, desenvolve uma reflexão moral sobre a inutilidade dos conceitos do bem e do mal em meio a um conflito que viria a se transformar na Guerra do Vietnã. No triângulo amoroso do romance, Fowler enxerga na personalidade de um agente secreto dos Estados Unidos, Alden Pyle, o contraponto perfeito às observações que faz dos bastidores da vida social e política.