Nenhum outro instituto possui conexão tão íntima com a realidade como a posse, uma vez que sua fonte está atrelada aos fatos cotidianos ("ex facto, oritur ius"). Matéria que tem desafiado o espírito de gerações de ilustres juristas, a posse constitui instituto jurídico repleto de polêmicas e dissensos, cuja atualidade é indiscutível, uma vez que a estabilidade da relação possessória é condição essencial para a manutenção e segurança do próprio tráfico comercial. Neste ponto reside a importância deste livro, o qual analisa com grande profundidade e precisão os modos de manifestação, conservação e extinção da posse no meio social. Não existia obra específica, até o presente momento, voltada para a fenomenologia da posse. Esta análise é realizada com a investigação preliminar da classificação da posse, cujo objetivo é propiciar o embasamento dos conceitos fundamentais para a compreensão da manifestação da posse no meio social, uma vez que a posse não se adquire como um direito. A natureza fática da posse exige extrema cautela para que não ocorra o baralhamento da relação jurídica negocial e possessória, pois ambas partem de pressupostos diversos. Daí a importância do trabalho em realizar a fixação dos seus pressupostos específicos de nascimento, conservação e extinção, os quais permitem diferenciar claramente a separação entre o juízo petitório e possessório.