O livro O ensino fundamental de nove anos na perspectiva dos pais dos estudantes (titulo provisório) apresenta uma consistência teórica que garante a continuidade da busca pela produção do conhecimento; típico de quem está sempre querendo mais e não se contentando com o que se obteve numa análise preliminar. O texto revela o perfil de uma pesquisadora que demonstra saber dosar esse perfil com aquilo que a realidade lhe coloca. È fundamental a um pesquisador iniciante a consciência de que não pode impor as suas perspectivas ao movimento da vida. O trabalho de Gracilene Mendes de Souza Nogueira apresenta esta sensatez, o que potencializa a discussão interativa para a produção de sentidos. Esta sensibilidade, defendida por aqueles que fazem pesquisa com os cotidianos, é uma condição presente neste trabalho. Nós precisamos, na pesquisa, de porto seguro, mas se a vida é movimento, se a realidade é movimento, a produção de conhecimento também é movimento.Na construção dos sentidos que os pais atribuem ao ensino fundamental de nove anos, a realidade não é dada a priori. Não se trata da representação de um processo de discussão, de implementação, de avaliação ou de produção de sentidos do ensino fundamental de nove anos que estava lá esperando para ser desvelado. Ao contrário, a temática começa a ter importância à medida que o pesquisador começa a produzir informações ao seu respeito e que lhe dão sentidos. São sentidos construídos nesta relação entre o pesquisador e os participantes da pesquisa. Na aposta de que a escola pública pertence ao público é necessário se posicionar mais diretamente diante das políticas públicas e de sua implementação.