Admiração e interesse, estes foram os nossos sentimentos de reali-zação por ocasião do acompanhamento do esforço superlativo de pesquisa realizado junto à Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina pelo Professor Fernando Coruja, que ora é dado à estampa. Assim é com enorme satisfação que apresentamos esta obra pois, além de consagrar seu autor como um competente especialista na área dos direitos dos idosos, trata de um assunto que diz respeito a todos nós, pela sua importância, relevância e atualidade. Trata-se de um tema que está sendo objeto de discussão no Congresso Nacional e que busca instituir no Brasil o Estatuto do Idoso, nos moldes do Estatuto da Criança e do Adolescente. Cabe destacar, ainda, que o Professor Fernando Coruja, enquanto detentor de mandato legislativo, foi um dos Deputados responsáveis pela elaboração do projeto de lei que visa resguardar e proteger os direitos dos idosos brasileiros. O livro procura analisar a formação histórica dos direitos fundamentais, confrontando-os com os direitos dos idosos previstos pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Pois, apesar do legislador constituinte ter reservado pela primeira vez um papel de destaque para a proteção do idoso, não existiu por parte do mesmo legislador a preocupação objetiva em se assegurar a proteção do idoso enquanto um Direito Social, como o fez com a criança e o adolescente. Como o próprio autor afirma, no nosso dia-a-dia somos bombardeados por denúncias chocantes de abandono e maus-tratos praticados contra nossos idosos. Pouco se faz para contornar esse quadro. A velhice no Brasil é tratada com total desinteresse. Para o poder público, os idosos são vistos como números que provocam déficit na Previdência Social; para a Sociedade, sem recordar para o passado por eles construído, são tratados com indiferença ou insignificância. Mas, afinal que democracia queremos construir sem que o nosso passado faça parte? Será que podemos falar em democracia se não respeitamos nossa história? Nossa memória? Nossos idosos? Com seu conhecimento na área médica e jurídica o autor faz, com muita competência, uma abordagem sobre o tema da velhice, nos oferecendo informações preciosas sobre todo o processo de envelhecimento das células do organismo e o seu significado para as nossas atividades físicas e intelectuais do dia-a-dia. Em seguida, o autor faz uma abordagem histórica da evolução dos direitos, buscando situar os direitos dos idosos nesse contexto evolutivo. Por fim, com a maestria de Parlamentar que conhece com profundidade o tema, o autor faz uma análise de todas as garantias dos idosos previstas no texto da Constituição de 1988, demonstrando que esses direitos devem ser tratados como direitos fundamentais. Remetemos, enfim, o leitor ao próprio texto, pois, com absoluta certeza, haverá de encontrar uma enriquecedora e provocante discussão sobre um tema que ainda é um tabu para todos nós. Afinal, é um sonho achar que sempre seremos jovens. Viver com dignidade o amanhã requer que sejamos prudentes no hoje e jamais esqueçamos o passado que ajudamos a construir.