O Livro Negro da Condição das Mulheres apresenta uma análise impressionante sobre as mazelas enfrentadas pelas mulheres de todo o planeta. Apesar dos diversos avanços nos seus direitos e de sua crescente participação na vida política e econômica do mundo, nunca será demais falar a respeito de como elas vivem hoje em diversas regiões do mundo. Segurança, integridade, liberdade, dignidade, igualdade: cinco palavras universais para evidenciar todas as faces da luta que as mulheres ainda devem conduzir pelo mundo para ganhar o direito de existir plena e dignamente. Inferiores, impuras, submissas, agredidas, exploradas, aprisionadas, negociadas, estupradas, repudiadas, apedrejadas: a engenhosidade das civilizações em matéria de violências exercidas contra as mulheres não tem limites. Precariedade, violências conjugais, prostituição, desemprego, sexismo, as mulheres estão na liderança em todas as categorias. Ainda que o livro seja duro, ele constitui um somatório apaixonante dos direitos civis das mulheres: da submissão nos países árabes à clitoridectomia na França, passando pela falta de mulheres na Ásia (em decorrência do aborto seletivo) e pela política de George W. Bush. Cada texto esclarece a maneira pela qual as sociedades, as religiões, os costumes e as tradições obstinam-se em negar às mulheres os direitos mais elementares. Christine Ockrent aborda as consequências do desenvolvimento da indústria do sexo e de seus interesses na Europa, além dos desdobramentos das políticas de legalização do proxenetismo, terminando com os avanços registrados nos últimos anos. Como diz Sandrine Treiner, "este livro não é um caderno de lamentações, mas, ao contrário, a expressão de uma determinação." Em O Livro Negro da Condição das Mulheres, o leitor encontrará mil razões para lutar e nenhuma para cruzar os braços.