A pluralidade religiosa e eclesial no Brasil manifesta-se por uma significativa diversidade a partir da qual apresenta desafios e possibilidades para o encontro, a convivência, o diálogo e a cooperação entre as diferentes formas de crer. Cada comunidade de fé, cristã ou não, afirma uma identidade que se pretende legitimamente autônoma. E o reconhecimento desse fato é um a priori a qualquer tentativa de aproximação, diálogo, cooperação e comunhão. Sem isso, a diferença não se apresenta como possibilidade de diálogo e a teologia é apenas um monólogo entre verdades totalizadas na interioridade absolutizada do imobilismo dogmático. Somente no horizonte do diálogo é possível o encontro de diferentes vivências e compreensões do Mistério que envolve tudo e todos. No mundo cristão, trata-se da graça de Cristo manifestada de um modo particular nos Evangelhos e na Igreja, como horizonte comum de sentido. O que há de comum se manifesta pelo encontro de dois ou mais "outros", cada um oferecendo seu saber no horizonte do tempo e da eternidade. É através (diá) do encontro de saberes (logos) diferentes da fé cristã que se constroem os caminhos do ecumenismo no Brasil, aproximando as igrejas numa compreensão e testemunho comum do kerygma cristão.