Muito tempo se passou para que os tumores da infância iniciassem o processo de desmistificação da oncologia pediátrica. Até a última década e meia ou duas as neoplasias do sistema nervoso, em especial das crianças e jovens, baseadas seguramente na germinação dos conhecimentos oncológicos, também se libertou, de tabus, de dogmas, mistérios e de grandes restrições no seu manuseio.O acesso aos pacientes portadores de comprometimento neoplásico do cérebro e da medula espinal, tinham até então um curso mais ou menos clássico e constante: - queixas neurológicas as mais variadas possíveis, dores de cabeça, pertubações visuais, alterações da marcha, mudanças de comportamento, do psiquismo, etc. que após consulta ao pediatra eram encaminhadas ao neurologista ou psiquiatra infantil.A suposição e/ou diagnóstico de tumor cerebral, infalivelmente era encaminhado ao neuro-cirurgião e em seguida, com ou sem anatomopatológico, à radioterapia, sem retorno ao pediatra oncologista. Naquelas ocasiões a imageologia do Sistema Nervoso Central também estava se locomovendo, deixando de ser só antero-posterior e perfil. As neurocirurgias ou se restringiram a biópsia, que só por si só eram danosas, ou com cirurgias complicadas, que pelas técnicas disponíveis, muitas vezes eram de imediato mais traumatizantes e lesivas ao sistema nervoso de que o processo neoplásico naquele momento. Quantas seqüelas se viu, com a mesma terapêutica radiante, quer pelas doses, quer pela antigüidade dos aparelhos disponíveis, ao englobar, grandes áreas de tecidos normais.