Num país fictício, batizado como Ibéria, de passado glorioso e de futuro duvidoso, se passa a história de OS HOMENS DOS PÉS REDONDOS. Qualquer semelhança com Portugal não será mera coincidência. Período: anos 60, uma era de ferrenhos ditadores. É neste espaço e tempo que se movem os personagens deste romance. Manoel Soares é desenhista de um departamento de varejo de uma firma, é casado e tem cinco filhos. Depara-se com um novo chefe, o escritor Adelino Alves, pelo qual nutre sincera antipatia, tanta que planeja matar o chefe com uma tesoura. O plano não tem sucesso e o chefe viaja. No entanto, ao tentar embarcar, Adelino Alves é preso por desafiar a polícia. Nesse ínterim, um estrangeiro assume sua identidade e seus lugares no trabalho, em casa e na cama, tornando-se amante da mulher de Adelino. Outros personagens povoam o romance, como Maria Manuela, filha de banqueiro e amante do estrangeiro, e o cabo Emílio, que por causa de uma mulher deu uma surra num tenente e amargou três anos de cadeia. Todos a darem voltas em torno de si mesmos, até ficarem de pés redondos. Publicado pela primeira vez em 1973, OS HOMENS DOS PÉS REDONDOS teve ótima repercussão na imprensa e pulou para as listas de best sellers. Em suas páginas você vai descobrir um autor quando jovem - hoje já com 11 títulos e muitas traduções em vários países, agraciado em 1998 pelo governo francês como Chevalier des Arts et des Lettres -, em seus primeiros passos, sem medo de escorregões e gafes de estilo. Como um bicho solto no mundo.