A peça trata da disputa de duas tendências: uma concepção racionalista e comprometida com as liberdades e o pensamento democrático representada pela psicanalista e uma concepção irracional típica da personalidade autoritária crescente na sociedade brasileira representada pelo personagem do fascista. A peça se propõe a mostrar que enquanto a intelectualidade se limita a ridicularizar e menosprezar o fascismo, ele cresce entre a população. Trata-se de um duelo em que a personagem da psicanalista está fadada a perder em um momento de empobrecimento da subjetividade. Para além da tragédia e do drama, a proposta é de que o espectador se perceba e se assuste com sua simpatia pelo fascista. A personagem da psicanalista mostra a fragilidade da consciência, e a ingenuidade do intelectual, diante do fascismo e seu esforço de resistência.