Marília faz poesia robusta que denuncia a precariedade civilizatória, a gravidade dos pactos que vêm de longe e nos condenam. Trata do amor, da morte e da maternidade, do humano e animalesco, da violência por trás da paisagem pastoril do extremo sul do Brasil. É clara e honesta ao desvelar as fissuras de uma política racista e execrável e puxar os fios de sua ancestralidade negra. Uma poeta visceral, para se conhecer e para nos transformar.\n\nA Biblioteca Madrinha Lua reúne poetas que aparecem pelas frestas do mercado editorial, pelas fendas do debate literário. Já no final da vida, Henriqueta Lisboa, nossa poeta madrinha, se fazia uma pergunta dura, sem resposta previsível, em especial para as mulheres que escrevem: “Terá valido a pena a persistência?”.