Não falta a esta obra atrativos capazes de satisfazer uma gama diversificada de leitores, pois nela podem encontrar-se o ensaio teórico; o comentário erudito de livros e autores; o drama individual e coletivo; a descrição de fatos, pessoas e paisagens; a narrativa de feitos heróicos; a apreciação cuidadosa das evidências etnográficas; e a especulação ousada, onde estas se revelam insuficientes; e, não por último, o estilo fluente e inconfundível de Victor Turner, escritor dono de seu instrumento e, por isto mesmo, capaz de usá-lo plenamente para a satisfação estética e intelectual de seus leitores. (...) Outro aspecto que torna este livro relevante é a passagem ousada e crucial que nele se efetua, do estudo das sociedades e processos de pequena escala para o das sociedades e processos de massa. A propósito destes últimos, Turner aprofunda e refina exaustivamente sua reflexão sobre estrutura, anti-estrutura e communitas, conceitos forjados por ele para a compreensão mais acurada dos fenômenos da dinâmica social. Em Dramas, campos e metáforas encontram-se ainda os melhores exemplos da noção de drama social, esta pequena jóia da imaginação sociológica talhada e lapidada à medida dos desafios que, cada vez mais, constituem para o antropólogo de hoje os fenômenos do movimento, do tempo veloz e da conseqüente impermanência das formas sociais neste início do Terceiro Milênio. (trechos da orelha do livro, assinada por Arno Vogel)