Este trabalho investiga a representação das identidades culturais no filme de longa-metragem Terra Estrangeira (1995). Para tal, adota o aporte teórico da crítica cultural contemporânea e elege como categorias centrais de análise os conceitos de identidade e exílio. A pesquisa parte da hipótese de que a obra revela uma representação do colapso pelo qual vem passando as identidades culturais na contemporaneidade. Usar o cinema para compreender a realidade não foi o percurso deste trabalho, convém lembrar. Talvez porque não haja aqui a crença na possibilidade de representações que apenas informem sobre seu entorno. A abordagem do discurso imagético do filme foi, portanto, feita dialeticamente em relação aos países representados (Brasil, Portugal, Cabo Verde), compondo um texto - agora sob o formato de livro - em que as personagens, na articulação de suas diferenças e no abandono de suas utopias, poderiam ser, enfim, qualquer um de nós.