Este texto discute a representação da identidade nacional no cinema, no Brasil, desde a chegada ao país da primeira câmera de filmar, em 1898, até os a ditadura militar nos anos sessenta. Observa como os discursos identitários foram se formando no decorrer desse período histórico e como o cinema participou dessa formação, refletindo o pensamento da sociedade sobre sua identidade enquanto nação e contribuindo, dialeticamente, para a construção desse pensamento. Resgata o papel do Estado, das classes sociais, dos artistas e intelectuais na construção, no cinema e fora dele, desses discursos identitários; e como ideias como modernidade, nacionalismo, educação, desenvolvimento, liberdade e revolução perpassaram, nas diferentes épocas, os discursos formulados sobre o Brasil e sua gente. E, por fim, observa como a variedade de discursos fílmicos que compuseram o mundo cinematográfico no Brasil se posicionaram diante do tema da identidade nacional e da caracterização do que é o ser brasileiro; variedade essa que correspondeu, em grande parte, aos momentos e contextos históricos aos quais os filmes pertenceram.