Os negros inventaram sua própria narrativa histórica avessa à modernidade hegemônica. Reside aí, sua experiência histórica inédita e particular. Forjada desde arte do corpo, religião, música, dança, teatro, imprensa, cinema, literatura e artes plásticas. Foi com a arte que uma política negra irrompeu uma poderosa maneira de reimaginar o mundo. Seus atores criativos, leia-se, os artistas, se inserem, naquilo que parecer ser o modo como os povos colonizados “que irrompem na contemporaneidade necessitam construir sua modernidade à força, e cabe às artes em geral... a função essencial na propulsão do imaginário utópico de suas coletividades”. As artes negras e em particular a música, se transformaram no texto mais poderoso de afirmação de memória, autorepresentação e narrativas históricas.