"Escrever me diverte, mas também me faz sofrer com personagens infelizes, nos diz o escritor bem no início deste livro. Uma frase que poderia ter sido escrita por Sófocles, Émil Zola, Machado de Assis. Depois, falando da insônia do avô: As lembranças vinham durante a noite, como marginais que se aproveitam do escuro para fazer vítimas. Frase digna de Conan Doyle, Simenon, Agatha Christie. Tratando da pobreza, ele arma com naturalidade: Sentia-me uma moeda no chapéu do esmoleiro. Frase que poderia ter nascido da pena de Victor Hugo escrevendo Les Misérables, ou de Carolina Maria de Jesus em seu Quarto de Despejo. Era lua cheia, quando a casa ficava mais iluminada. Às vezes, nem vela precisava acender. Erico Verissimo descrevendo uma cena com a velha Bibiana no sobrado de Santa Fé? Não. É novamente Carlos Zaslavsky em outra narrativa deste livro. Em todas elas, incorporado ou não no irresistível DR. FIGURA, nosso escritor revela um domínio raro das palavras, e são elas (...)