O que fazer quando a vida parece ter estagnado e as horas vão pingando, as relações emaranhadas e arranhadas, sem que pareçam ter sentido ou relevância? No alto de seus quarenta e tantos anos, Dico vê-se diante da sua própria existência e, para sua surpresa, depara-se com um cenário nada atraente. Os sons que ouve, as luzes que ofuscam a sua visão e os personagens e cenários da sua história parecem mais com elementos de um espetáculo mambembe. É, então, que surge um chamado, uma palavra que funciona para ele como uma espécie de absolvição. RESSIGNIFICAÇÃO. Aquele homem de meia-idade precisa dialogar com sua verdade e colocar cada coisa em seu devido lugar, cometendo o mínimo de equívoco possível. Quando decide fazer isso, mal sabe que seria necessário mudar de endereço. O DÉCIMO ANDAR seria seu novo pouso. Naqueles cômodos vazios e sem vida, ele deveria encarar os lugares mais inóspitos de sua existência, para, só, então, poder livrar-se do peso de toda a sua jornada. O enredo é profundo e poético. Romanceado e rude. Tudo ao mesmo tempo, exatamente como a vida.