Sob o rótulo de "populismo", o pensamento político tem caracterizado manifestações em que o povo estabelece conexão direta com uma liderança, desestabilizando a democracia representativa. Mas para Ernesto Laclau a flexibilidade com que o conceito é aplicado a situações as mais contraditórias (tanto à direita como à esquerda) revela a dificuldade de entender o populismo. Ernesto Laclau, um dos mais respeitados filósofos políticos da atualidade, revê neste livro a literatura histórica e filosófica sobre o populismo, sobre a psicologia das massas e os movimentos populares. Ele demonstra que o populismo não é uma ideologia nem uma conduta irracional, mas segue uma lógica específica, relacionada às identidades coletivas e às demandas sociais. O filósofo contesta as ideias de alguns dos principais autores da esquerda, como Slavoj e Antonio Negri. O autor valoriza os momentos de organização e atuação política do povo. Para Laclau, a razão populista é o fundamento mesmo do político. Por isso, ela recusa as racionalidades que aspiram ao fim da política: seja a que apregoa uma revolução total, seja a que reduz a política à mera administração das coisas públicas.