O problema discutido em Identidade e Estatuto do Embrião Humano está intimamente relacionado com o início da vida e é um tópico que vem sendo muito debatido nos últimos anos. Infelizmente, as perspectivas filosóficas têm se revelado muitas vezes insuficientes, perante as conclusões inadequadas que são extraídas das ciências biológicas. Portanto, trata-se de um campo que exige profunda reflexão e precisão no emprego de conceitos, para auxiliar bioéticos, advogados, médicos e biólogos. O estudo requer uma concepção e dimensão claras da pessoa humana. Notamos, hoje, não raro, a tendência a subordinar a condição humana à mera presença de certas características biológicas, como as funções do sistema nervoso central. Essa visão tem gerado inúmeras contradições, por isso é necessária uma concepção de pessoa que independa dos atuais atributos que o ser humano maduro apresenta. Cremos que este volume contribuirá para esclarecer tais questões e possa ajudar a solucionar dilemas como a manipulação de embriões e outros que exigem atenção escrupulosa. "A Igreja sempre ensinou - e ensina - que se deve garantir ao fruto da geração humana, desde o primeiro instante da sua existência, o respeito incondicional, moralmente devido ao ser humano na sua totalidade e unidade corporal e espiritual" (Evangelium Vitae, 60).