Através da leitura, constrói-se um senso crítico e acumula-se informação para executar atividades na sociedade. Esse é o pensamento defendido no livro “Tópicos em Leitura – Escrita: Pesquisa e Prática”. Organizado por Maria Helena Oliveira e Marisa Gargantini, a obra explica que uma boa leitura depende de um leitor bem preparado; esse é um dos elementos para que ela se torne um hábito. Motivação e ambiente favorável são indispensáveis ao ato de ler; caso não seja feito com prazer, seu desempenho torna-se negativo e a procura por conteúdos escritos diminui. Apoiado numa vasta bibliografia, o livro, a cada capítulo, apresenta pesquisas que dialogam com as idéias dos pensadores. As organizadoras dão pistas de como deve ser o leitor maduro; as primeiras pegadas devem ser incentivadas pelos pais no indivíduo ainda criança. Traçando um paralelo entre a leitura acadêmica e recreacional, “Tópicos em Leitura – Escrita: Pesquisa e Prática” mostra que quando existe a prática recreacional com as letras, tal vontade não se esgota no universo acadêmico. Pelo contrário, as duas caminham juntas na formação de um leitor maduro. Para o livro, aquele que lê por lazer, tem maiores chances de ser um bom leitor acadêmico. Entretanto, hoje em dia, a leitura compete com inúmeras outras atividades. Visto isso, a obra dedica linhas para discorrer sobre os efeitos da televisão em nosso processo cognitivo. Há teorias que a vê como incentivo à leitura, e outras que a enxergam como inibidora, pois a mensagem da televisão é mais fácil de ser decodificada; o livro não tem intenção de abraçar uma teoria, mas sim abrir mais um espaço de discussão. O baixo rendimento na interpretação de textos universitários também é preocupação das organizadoras. Essa deficiência pode ser causada pela falta de recursos da instituição, por professores desatualizados e, principalmente, alunos mal preparados, comprovado no maior desempenho interpretativo em estudantes que recebem estímulos lingüísticos.