O texto coloca o leitor diante de uma rica documentação, até agora inédita: as cartas de alforria de escravos registradas nos cartórios de São Paulo no século XIX. Produzidos pelos proprietários de escravos, esses documentos reforçavam o caráter concessivo e filantrópico da alforria, retirando do escravo a condição de sujeito nesse processo. Com uma cuidadosa análise desses registros, Enidelce Bertin, recupera importantes facetas da política de domínio senhorial, iluminando a agência dos escravos na luta para conquista da liberdade.