Luminol poderia ser pensado como um luto labiríntico, uma perspectiva inusitada do século 20 em diário, um romance detetivesco e polifônico cujas substâncias são o amor e a morte. Ou como aponta Lucas Verzola no posfácio, uma obra que tenta lidar com abominações de todas as espécies. Poderíamos conceber as três narradoras das três partes do livro como uma criatura tricéfala saída de um bestiário, que busca lidar numa mistura volátil de sedução e repulsa, mas nunca indiferença com retratos íntimos, ancestralidades e paisagens sociais do Brasil. Embora expressivo, nada disso encerraria a trama ou desvendaria sua arquitetura profunda, uma estrutura constituída por heranças, duplicações e espelhamentos, onde números e datas se organizam sob uma lógica própria. Maya, Clara e Quindim nos guiam por casas, ruínas, matas e rios. Com elas, acompanhamos os malabarismos de uma autora tentando reconquistar a confiança de sua editora; um personagem literário e uma figura histórica invadindo [...]