O livro das semelhanças, obra de uma das mais aclamadas poetas brasileiras contemporâneas, é um acontecimento raro em nossa cena literária."Houve um tempo em que se usava/ nos livros/ papel de seda para separar/ as palavras e as imagens." Tais versos, como muitos outros deste "O Livro das Semelhanças", expõem com o wit e a delicadeza característicos da autora esse tatear entre as palavras e as coisas. Dividido em quatro seções ("Livro", "Cartografias", "Visitas ao lugar-comum" e "O livro das semelhanças"), esta obra desperta o leitor para o prazer sempre iluminador e sensível de uma das vozes mais originais da poesia brasileira. Do amor à percepção de que há um espaço - geográfico, quase - para o lugar-comum, do entendimento da precariedade do nosso tempo no mundo à graça (mineira, matreira) proporcionada pela memória: eis uma poeta que nos fala diretamente. Ou, como diz em um de seus versos: "Ainda que não te fossem dedicadas/ todas as palavras nos livros/ pareciam escritas para você".