Parte-se das premissas que: (i) o IPCC aponta como causa dominante das mudanças climáticas as emissões de gases de efeito estufa de origem antropogênica - especialmente diante da evolução tecnológica desde o século XVIII; e (ii) no contexto da economia verde, a inovação - desde que direcionada para a sustentabilidade - é apontada também como uma solução. É nesse sentido - e considerando-se, ainda, o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas - que o regime da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas atribui importância à transferência de tecnologias. A partir disso, o presente livro discute se e como os direitos de propriedade intelectual que, eventualmente, recaiam sobre essas tecnologias influenciam nesse processo. Concluindo que o sistema de propriedade intelectual não é, a princípio, uma barreira tampouco um incentivo para a transferência de tecnologias, apresentam-se as principais iniciativas que foram criadas a fim de harmonizar ambos os regimes. Destaca-se, para tanto, o programa fast-tracking, adotado pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, sob o nome de Programa Piloto de Patente Verdes, que promete acelerar o exame dos pedidos de patente relacionados a tecnologias verdes. Analisando-se os dados obtidos a respeito do funcionamento do programa, constata-se que cumpre o prometido; no entanto, para uma efetiva influência na transferência dessas tecnologias, constata-se a necessidade da adoção de políticas complementares.