uma testemunha ao jornalista "o motorista percebeu que não poderia ir em frente e virou a traseira do caminhão a carga tombou sobre o menino ele nem se mexeu" guardava o recorte dentro da capa de meu caderno de geografia desanimado retirava do seu esconderijo e relia a frase "ele nem se mexeu" reverberava em minhas costas pressionava de dentro os meus olhos ele morreu pensava ideia revestida da evidência estou vivo algo como uma energia circulara entre meus pés e minha cabeça círculo vicioso de emoção e pensamento resumido mais tarde numa voz interior me dizendo ‘aqui-agora’ a realidade do momento brilhava como a névoa em frente à igreja