No momento em que se discute uma reforma estrutural para a educação superior no Brasil, reforma esta que afetará diretamente a universidade pública brasileira, surge com grande força no cenário brasileiro a polêmica questão da implantação de cotas (étnicas, socioeconômicas e/ou de origem escolar) como uma das formas de ingresso nas universidades. Já implantado em quase duas dezenas de universidades públicas (estaduais e federais), bem como nas universidades privadas (por meio do também polêmico Programa Universidade para Todos - o PROUNI), o sistema das cotas ainda está longe de gerar consenso entre estudantes, professores e intelectuais. Vista como uma questão política educacional pública, portanto, como uma política de Estado, a adoção de um sistema de cotas para ingresso no ensino superior necessita de mais discussão. É isto que este livro pretende: analisar tanto os princípios que norteiam as políticas de ação afirmativa quanto discutir a validade, especialmente do ponto de vista da qualidade do ensino, da adoção dos variados sistemas de cotas pelas universidades brasileiras.