Como as elites brasileiras liam o território nacional no século XIX? Como viam a nação a construir, já que propunham banhar os bárbaros do sertão com as águas civilizadoras do Atlântico? Quais problemas que identificavam como sendo os mais urgentes do ponto de vista estratégico, comercial ou político para o Estado? Quais as dissensões políticas entre os engenheiros passíveis de serem percebidas nas soluções técnicas apresentadas por eles? Como o discurso técnico em torno das vias de comunicação a construir ganha importância política nas últimas duas décadas do Segundo Reinado?Este livro procura responder essas questões. O pesquisador Manoel Fernandes, numa ambiciosa investigação que une história e geografia, volta-se ao passado para entender a construção da malha viária do Brasil. O livro mostra como a manutenção da integridade territorial e, também, de uma perspectiva de expansão das fronteiras – colocou-se como sendo a mais emergencial das tarefas das elites políticas brasileiras do Império.Não se herdava da colônia, afinal, apenas um território em vias de fragmentação, mas uma sociedade estruturada sobre o trabalho compulsório dos escravizados, vastos fundos territoriais em disputa na região do rio da Prata e um Estado por construir sobre as ruínas da antiga condição de colônia.