O professor precisa ter em mente o que está trabalhando, mesmo que em categorias subdivididas da aprendizagem, sempre com atenção aos detalhes, pensando de forma interdisciplinar, tendo seus objetivos, metodologia e estratégias de intervenção bem definidos e observando a realidade de cada aluno/turma. O próprio desenho, retratado por outros alunos ou pelo professor, serve como referência e estímulo para que o aluno receba essa modalidade como produção, evolução, reconhecimento e inovação. Muitas folhas serão rasgadas, rabiscadas, jogadas no chão, mastigadas (em alguns casos), mas a forma de conduzir esse trabalho com persistência é que dará o novo olhar por parte do aluno. Aos poucos, elogiando essas “produções rabiscos”, podemos inserir significado ao que o aluno traz. (Alexandre Vieira Pinheiro, p. 63-64) É muito comum, na área de Educação Física, o uso frequente de termos como desempenho, habilidades, rendimento, superação. Lembro-me que, no meu início na Educação Especial – final dos anos 1980 –, preocupava-me muito com o “desempenho” dos alunos nas atividades. Creio que a vontade de que eles conseguissem realizar o que eu havia proposto era tanta que não atentava para algo muito importante: o prazer como decorrência da aprendizagem. Passado o impacto do “novo”, o primeiro pensamento foi o de como fazer para atingir aquela criança que, ao mesmo tempo em que me olhava, não me via; que, na maioria das vezes, não aceitava o contato físico; que resistia ao aprendizado; que me usava como ferramenta; enfim, que não interagia, por maiores que fossem os estímulos oferecidos. Hoje percebo que o que realmente importa, ao se elaborar objetivos consistentes e pedagogicamente corretos, é que esses objetivos oportunizem, além da aprendizagem, momentos de felicidade ao aluno.